Arquitetura emocional: como os espaços escolares impactam a saúde mental da comunidade

Este post nasceu da nossa newsletter de abril, onde falamos sobre como os espaços escolares podem (e devem!) ser aliados no cuidado com a saúde mental. A repercussão foi tão boa que decidimos ampliar o tema aqui no blog!

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Bem, a escola é muito mais do que um local de aprendizagem. Ela é, antes de tudo, um espaço de convivência, de criação de relações com os outros e com o mundo, de desenvolvimento humano. 

Em espaços de educação crianças, adolescentes e adultos passam grande parte do seu tempo de vida, vivenciam experiências marcantes, constroem vínculos, criam memórias. 

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    Os espaços escolares afetam profundamente a forma como cada pessoa se sente, se comporta e interage com o mundo no decorrer da sua vida.

    É nesse contexto que aparece o conceito de arquitetura emocional. Trata-se de uma abordagem que vai além da estética ou da funcionalidade já esperados em projetos de arquitetura. Ela propõe que os ambientes devem ser pensados também a partir das sensações e emoções que despertam nas pessoas. 

    Mathias Goeritz, artista e pensador que lançou as bases desse conceito nos anos 50 e escreveu um manifesto sobre isso, defendia que a arquitetura tem o poder de provocar emoções e, por consequência, de influenciar comportamentos, para o bem e para o mal.

    Espaços que acolhem ou adoecem

    Quantas vezes já nos sentimos desconfortáveis em ambientes escuros, abafados ou barulhentos? E quantas vezes um espaço ventilado, iluminado e calmo nos trouxe uma sensação imediata de bem-estar? Esses sentimentos muitas vezes nos vem sem sabermos exatamente o por quê, mas pode ter certeza que o lugar em que você está pode provocar tanto o incômodo quanto o bem estar sem você nem perceber.

    Na escola, esses efeitos são ainda mais intensos e visíveis já que alunos, professores e colaboradores passam inúmeras horas por ali.

    Um espaço mal planejado pode gerar ansiedade, irritação e sensação de opressão, podem diminuir o rendimento dos alunos e criar problemas de saúde em profissionais da educação. Por outro lado, ambientes criados com foco no ser humano promovem o acolhimento, a sensação de pertencimento, calma, alegria e segurança emocional. 

    A iluminação natural, o conforto térmico, o controle acústico, o uso de cores e materiais adequados, a presença de elementos naturais e a escala dos espaços têm influência direta no bem-estar de quem ensina e aprende.

    O impacto de um bom ou um mau projeto de arquitetura é vivenciado diariamente por alunos, professores, gestores e toda a equipe escolar. Em tempos de crise climática, alta demanda por saúde mental e sobrecarga emocional nas escolas, pensar em espaços emocionalmente saudáveis deixou de ser um diferencial. É uma urgência. 

    A arquitetura como instrumento de cuidado

    É possível, e necessário, romper com a lógica que separa o “lugar de aprender” do “lugar de brincar, descansar e conviver”. A aprendizagem é um processo emocional, corporal e relacional. E isso vale desde a primeira infância até o ensino superior. Quando os espaços refletem a integração entre corpo, mente e espírito o ambiente escolar se torna mais harmonioso, respeitoso e saudável.

    O papel da arquitetura, nesse cenário, é criar as condições para que essas experiências positivas aconteçam. Quando um projeto nasce do diálogo com a comunidade escolar, ele se transforma num instrumento de transformação. Ele acolhe a diversidade, promove a autonomia, respeita diferentes formas de aprender e fortalece os laços entre as pessoas.

    Estratégias práticas para aplicar a arquitetura emocional na sua escola

    Aqui no Ateliê Urbano, temos buscado formas práticas e acessíveis de aplicar os princípios da arquitetura emocional em diferentes contextos. Não importa o tamanho da escola ou o orçamento disponível: pequenas mudanças já fazem diferença no dia a dia da comunidade escolar. Veja algumas estratégias:

    1. Aposte na iluminação natural
      Ambientes iluminados naturalmente ajudam a regular o humor, aumentam a concentração e reduzem sintomas de estresse. Janelas amplas, claraboias e a boa orientação dos espaços devem ser priorizadas.
    2. Cuide da acústica
      O excesso de ruído afeta a concentração e aumenta a irritabilidade. Investir em forros acústicos, tapetes, divisórias, painéis absorventes e até vegetação pode ajudar a criar ambientes mais tranquilos.
    3. Escolha cores com intenção
      As cores transmitem sensações. Tons suaves promovem calma e bem-estar. Cores vibrantes estimulam a criatividade e a socialização. Não existe certo e errado, encontrar o equilíbrio certo para cada ambiente é o que importa.
    4. Invista em mobiliário flexível
      Mesas, cadeiras e painéis móveis favorecem a personalização dos ambientes. Eles permitem diferentes arranjos e usos, promovendo a autonomia dos alunos e respeitando diversas formas de aprender.
    5. Crie áreas de convivência e respiro
      Pátios sombreados, bancos sob árvores, varandas com redes, pequenos jardins… esses espaços convidam ao descanso, à conversa e ao lazer e são essenciais para reduzir o estresse e cultivar o pertencimento.
    6. Incorpore elementos naturais
      Plantas, jardins, materiais naturais e espaços abertos humanizam e refrescam os ambientes. A conexão com a natureza ajuda a regular emoções e ampliar a sensação de bem-estar.
    7. Integre o aprender e o brincar
      Ambientes menos rígidos e mais lúdicos estimulam a criatividade e a experimentação. Permitir que o brincar esteja presente em todos os espaços, e para todas as idades, é uma forma poderosa de tornar a escola mais leve e inclusiva.

    Quer conversar sobre como transformar o espaço da sua escola em um ambiente mais saudável e acolhedor?
    Fale com a gente! O Ateliê Urbano é especialista em criar projetos que cuidam de quem ensina e aprende.

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