Quando será a volta às aulas?

Um ano de pandemia. E quando será a volta às aulas?

Quando será a volta às aulas?

Era março de 2020, o Covid havia chegado ao Brasil. Silêncio na rua. Fechamento das escolas. 

As instituições de ensino foram trancadas e, um ano depois, sua reabertura ainda é ensaiada, a passos lentos, cheia de indefinições. Ainda não sabemos exatamente quando teremos uma volta às aulas como sonhamos.

Nosso país continental tem realidades absolutamente distintas e, neste momento, existem cidades que vem retomando as atividades nas escolas lentamente com algum sucesso e cidades que estão em lockdown devido ao grande aumento do número de casos nas ultimas semanas.

Durante todo este último ano acompanhamos discussões prós e contra à retomada das aulas. Em poucas das que acompanhei eu encontrei um consenso. Especialistas em educação, médicos, cientistas, todos tinham opiniões diversas sobre a reabertura das escolas. 

Fica a pergunta: quando deve acontecer à volta às aulas?

Enquanto isso, as escolas faziam o que podiam: implantação do ensino remoto, treinamento de professores pra usar as ferramentas virtuais, malabarismos para fazer com que os pais não cancelassem matrículas, gestão de caixa e adequação de suas instalações para uma possível volta às aulas.

Foi um ano de enormes desafios e algumas escolas sucumbiram. Principalmente as menores, focadas no atendimento a bebês e crianças de até 5 anos. Não aguentaram a inadimplência, a falta de apoio do governo, o rompimento de contratos.

Para nós, é muito triste acompanhar estes sonhos interrompidos. Enquanto aguardavam a volta às aulas, escolas tradicionais com mais de 20 anos de trabalho foram fechadas. Ficou muito difícil sustentar um negócio com a necessidade de tanta tecnologia.

Por acompanhar de perto a rotina de gestores, também sentíamos a angustia das idas e vindas com relação às previsões de retorno. Os prazos para a retomada iam sendo anunciados e adiados num piscar de olhos infinito.

Além disso, também somos mães e foi muito difícil ver nossos filhos tristes por não ter o convívio diário com colegas e professores. 

Ainda não sabemos o impacto que um ano sem escola terá na vida dos estudantes. E olha que aqui falo de uma perspectiva de privilégios, pois posso proporcionar a meus filhos uma escola com ensino remoto ininterrupto, internet de qualidade e professores dedicados. Tudo no conforto do nosso lar. Mas sabemos que isso é para poucos.

O efeito disso só saberemos com o passar do tempo e com o trabalho de especialistas que certamente já estão pesquisando sobre o assunto.

E já podemos viver com segurança?

Como esperado, 2021 chegou. Estamos em março e este aniversário de pandemia é algo que ninguém gostaria de passar. Eu, ingenuamente, acreditava que, um ano do início desta loucura, tudo estaria diferente. Não uma vida sem restrições, mas um dia a dia mais tranquilo, com mais segurança e com todos na escola.

Porém, o cenário é bem diferente do que o meu otimismo idealizou. Mesmo acompanhando a diminuição do número de infectados pelo Covid no mundo, aqui no Brasil a situação ainda é extremamente preocupante e a pandemia se apresenta sem controle.

A verdade é que não temos a menor ideia de quando será o final disso tudo. Se o início da vacinação é um alento, a velocidade da imunização ainda é muito baixa e não nos garante uma vida “mais ou menos normal” num curto prazo.

Portanto, seguimos com a esperança de dias melhores para todos e, em especial, para o segmento da educação.
Aqui, atrás desta tela, tem alguém que torce para que a volta às aulas aconteça o quanto antes.

Diante disso, torço também para que as escolas consigam cumprir todos os protocolos de forma que TODOS se sintam seguros.
Visto que a escola é mais do que um lugar em que se aprende português e matemática, é fácil concluir que educação é assunto sério e precisa ser tratada sempre como prioridade. É espaço de encontro, de descobertas, de trocas, de colaboração, de criação de memórias e de viver.

Espero em breve visitar escolas com salas lotadas, pátios barulhentos, sorrisos esparramados e abraços apertados.

Enquanto isso, seguimos com o nosso trabalho, vamos adaptando as escolas a esta nova realidade, projetando novas escolas para gestores mais preocupados com a saúde de seus espaços e mostrando a alunos que a escola pode, e deve, ser um lugar divertido.

Air conditioning decoration interior of room

O ar condicionado e a COVID 19

Esta pandemia tem feito com que nos preocupemos mais com os ambientes que vivemos. Depois da mudança da maioria da população para as cidades passamos a viver cerca de 90% do tempo da nossa vida em espaços fechados. Nem sempre estes espaços possuem a ventilação adequada, então começamos a nos perguntar: qual a relação do uso do ar condicionado e a COVID 19?

O sistema de ar condicionado surgiu no início do século passado para resolver um problema nas indústrias, em 1902 Willis Carrier criou um processo para condicionamento do ar e começou a sua expansão nos EUA.

A partir de então o sistema foi se popularizando gradativamente saindo das indústrias e chegando a cinemas, hotéis até que, na década de 50, invadiu as casas americanas. Na década de 70, os aparelhos de tornaram mais compactos, depois os carros passaram também a ter o condicionamento de ar e finalmente chegamos onde estamos hoje: qualquer lugar pode ter o seu sistema de ar condicionado de forma relativamente rápida e barata.

Toda esta evolução colocou o ar condicionado como salvador na climatização de ambientes, se está frio ou quente demais basta ligar o aparelho e resolver o problema. Entretanto, este sistema de climatização artificial distanciou o ser humano da ventilação natural e de todos os seus benefícios. 

Grandes edifícios passaram a ter janelas vedadas, espaços de compras não tem qualquer ligação com o exterior, espaços de alimentação se mantém com um clima sempre agradável a partir do uso de máquinas e até em escolas vemos a crença de que qualquer abertura para o ar livre não é assim tão necessária.

Enfim, passou-se a acreditar que colocando um aparelho de ar condicionado qualquer problema de incômodo ou má ventilação do ambiente estariam resolvidos e ele se tornou o melhor amigo da arquitetura ruim.

Repensando os espaços após a pandemia

Bom, tudo isso parecia funcionar muito bem até que chegamos ao momento atual, uma pandemia nos tem feito repensar toda a forma como vivemos e nos questionar sobre o que seria um ambiente saudável. Quando falamos em instituições de ensino estes questionamentos têm gerado verdadeiro pânico entre todos da comunidade escolar. 

Será que as escolas que têm os seus ambientes climatizados artificialmente estão mais propensas a disseminar pelo ar condicionado o vírus do COVID-19? Há uma relação entre o uso destes aparelhos e a disseminação da doença? Como evitar que o ar condicionado seja um vetor de transmissão?

Estas são algumas das perguntas que recebemos. Resolvemos pesquisar para encontrar respostas seguras que sejam embasadas em fatos e sirvam como auxílio para mantenedores nesta nova fase que suas escolas viverão.

Contamos com a ajuda de um especialista no assunto, o engenheiro Murilo Jarreta que atua com projetos de instalações de ar condicionado, inclusive para unidades de saúde como clínicas e hospitais.

Fonte da imagem: Vetor ar condicionados

O ar condicionado pode espalhar o COVID-19 ?

Por se tratar de um vírus novo ainda não há, até o momento, uma comprovação científica sobre isso. Há algumas pesquisas neste campo, mas nada conclusivo.

Esta suposição surgiu a partir de um estudo feito por cientistas chineses depois que pacientes de uma mesma família foram contaminados num restaurante em Wuhan (você pode ver um resumo do que aconteceu aqui). 

O que já se sabe é que o ar condicionado pode ser um vetor de transmissão de algumas doenças causadas por vírus, fungos, bactérias. Além de doenças disseminadas pela poeira como gripes, alergias, asma, renite, amidalite e um tipo de pneumonia conhecida como “doença do Legionário” que pode levar à morte.

Há algum sistema de ar condicionado contra o COVID-19 que seja realmente seguro?

De acordo com o engenheiro Jarreta, somente sistemas de ar condicionado com filtragem especial são eficientes contra a proliferação de algum tipo de contaminação. Para cada tipo de utilização do ar condicionado é recomendado um tipo de filtro.

Onde encontramos o sistema de condicionamento de ar mais eficiente é nos hospitais. Geralmente há um conjunto de ar condicionado central composto por uma série de filtros de aplicados de acordo com a hierarquia dos espaços. Desde salas de armazenamento de remédios até salas de cirurgia.

Em laboratórios de análises clínicas existem aparelhos tipo “split”, munidos de um filtro especial e uma luz ultravioleta interna que também tem uma boa performance.

Entretanto, os aparelhos do tipo cassete, split ou high wall que usamos mais comumente não possuem qualquer característica especial que garanta uma maior proteção.

Este tipo de máquina apresenta um filtro comum que retém, basicamente, partículas de poeira cuja dimensão é muito maior que a de um vírus como o da COVID-19.

sistema de ar condicionado

Há alguma maneira de deixar o aparelho que uso mais seguro?

Infelizmente os aparelhos comuns, comprados até em sites pela internet, e que a maioria das escolas utiliza, não podem ser adaptados para terem um melhor desempenho.

O maior problema deste tipo de aparelho é que geralmente são utilizados em salas totalmente fechadas e sem qualquer insuflamento de ar. Desta forma, o ar fica circulando por horas no mesmo ambiente sem que haja uma renovação.

Sistemas de ar condicionado central, bem maiores, possuem o insuflamento de ar em seu conjunto. Portanto, são mais seguros, mas este é bem mais caro e sua instalação requer bastante espaço.

Como utilizar o aparelho de ar condicionado com mais segurança?

Alguns cuidados podem e devem ser tomados para que aparelhos do tipo cassete, split e highwall sejam utilizados com mais segurança:

Faça a manutenção periódica dos aparelhos

Além da limpeza por fora da máquina, que deve ser feita pelo menos uma vez por semana. As evaporadoras precisam que seja feita a limpeza interna e troca de filtros a cada três meses, pelo menos. Esta periodicidade pode variar um pouco de acordo com o uso do aparelho e o local em que foi instalado, mas 90 dias é um prazo limite.

Esta “faxina interna” deve ser feita por uma empresa especializada que irá utilizar produtos específicos para esta função. O ideal é que a escola tenha um contrato de manutenção periódica e que o prestador de serviços forneça laudos que comprovem o bom funcionamento dos aparelhos.

Limpeza e troca de filtro no ar condicionado

Promova a troca de ar

Somente a limpeza dos filtros não garante a saúde dos ambientes, é imprescindível que haja a renovação de ar dos ambientes. É fundamental que haja aberturas que possibilitem a ventilação natural ou um sistema de insuflamento de ar mecânico. Este ultimo é mais caro e que envolve um projeto específico.

A OMS (organização Mundial da Saúde) afirma que a qualidade do ar em ambientes fechados pode ser até 5 vezes pior do que o ar externo. Esta baixa troca de ar em ambientes fechados e a consequente queda em sua qualidade pode causar a SED, Síndrome do Edifício doente, prejudicando, e muito, a saúde de seus usuários.

Utilize o sistema artificial somente quando necessário

Vivemos num país de dimensões continentais e sabemos que há áreas em que o calor pode se tornar insuportável. Entretanto, em muitos outros locais notamos o uso do aparelho de ar condicionado mais como um hábito do que exatamente como uma necessidade. 

Assim, sugerimos a diminuição do uso do aparelho de ar condicionado, sempre que possível.

Como é possível notar, os sistemas de ar condicionado exigem uma série de cuidados.

Sempre pregamos que princípios da arquitetura bioclimática bem aplicados em projetos de escolas, podem diminuir sensivelmente a utilização deste tipo de aparelhos.

Se sua escola possui ambientes totalmente selados, é hora de repensar este modelo e implantar soluções que privilegiem a ventilação natural. Promovendo a ligação dos ambientes externos com os internos e que tornem o seu edifício, e seus usuários, mais saudáveis.

Precisa de ajuda para romper com este modelo do edifício doente? Conte com nossa equipe, entre em contato conosco.

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A escola pós pandemia – novas crenças e valores na volta às aulas

Com esta pandemia aprendemos o valor real da casa como abrigo, sentimos na pele o medo de adoecer, entendemos que a amizade é um bem preciosíssimo, percebemos que isolados é difícil encarar este mundo maluco em que estamos. Muitos de nós tem pensado em como será encarar o mundo lá fora depois deste tsunami de emoções. As incertezas nos levam a rever nossas crenças e costumes, e isso deve se refletir na volta às aulas pós pandemia.

Temos acompanhado discussões e artigos que abordam como serão os novos comportamentos depois do final do isolamento. É claro que se torna impossível traçar um caminho absolutamente preciso, mas algumas indicações são bem interessantes.

Cerca de 170 acadêmicos holandeses, por exemplo, lançaram um manifesto sobre como deve ser o ovo modelo econômico pós pandemia (você pode acessá-lo aqui ). 

Institutos de pesquisa tem levantado dados sobre como serão os novos hábitos de consumo, de vida e sobre como as pessoas pretendem se comportar depois do final do isolamento. Com base em tais dados, empresas já tem elaborado planos para receber seus funcionários, para estabelecer novas relações com seus clientes e criar uma imagem mais conectada a este “novo mundo”.

Acreditamos que as escolas terão papel importantíssimo neste mundo de novos jeitos de ensinar e de aprender, de se relacionar, de se comunicar, de viver. As instituições terão a oportunidade de usar a volta às aulas pós pandemia como gatilho de uma nova realidade.

Sempre falamos para os nossos clientes que escolas têm diversos “consumidores” a agradar: funcionários, professores, pais e, sobretudo, alunos. Todos eles têm papel fundamental no organismo vivo que é a escola e cada um deles terá uma demanda diferente no pós pandemia.

Você gestor já parou para pensar em cada um deles?

Não sou dona, mantenedora, diretora ou gestora de uma escola, entretanto tenho frequentado este mundo da educação diariamente há quase seis anos como fornecedora de serviços, há quase treze anos como mãe e há quarenta e quatro anos como aluna (sim, continuo estudando, sempre). Partindo desta experiência diversa e de todas as pesquisas que temos acompanhado me arrisco em colocar alguns pontos que, acredito, serão muito válidos para a volta às aulas no pós pandemia.

 

1.Faça seus funcionários se sentirem bem

Também tenho funcionários em minha empresa, estão todos trabalhando em casa. Nos falamos diariamente através de ferramentas de comunicação on-line e é perceptível a insegurança e o medo diante das notícias e da imprevisibilidade dos fatos.

Pessoas são pessoas em qualquer atividade que exerçam e, imagino, que tais sentimentos também devam se repetir com os funcionários da sua escola. 

Algumas instituições mantiveram a equipe de retaguarda trabalhando, prestando informações, ajudando na organização e limpeza dos espaços. Contudo, a maioria do quadro, só irá retornar após a liberação das aulas.

É para este momento que os gestores deverão ter um plano de ação bem desenhado e algumas providências que podem ser tomadas são:

volta ao trabalho em grupos

Inicialmente poderão voltar os funcionários que não apresentam problemas de saúde ou que já tenham sido contaminados pelo COVID e estejam curados (e sem sequelas), num segundo momento poderão retornar aqueles que fazem parte do grupo de risco. É importante monitorar a saúde de todos e afastar aqueles que apresentem quaisquer sintomas.

Promova um ambiente de trabalho seguro

Forneça material de proteção (máscaras, luvas, botas, aventais, etc) a toda a sua equipe. Crie um ambiente protegido com limpeza rigorosa e controle de entrada e saída.

acolha a todos e transmita segurança

Neste momento a boa recepção, a gratidão e o espírito de colaboração farão toda a diferença. Faça com que seus funcionários se sintam amparados e felizes com o retorno.

2.Mostre o valor de seus professores

Se houve um profissional que teve que se reinventar neste período de isolamento foi o professor. De repente a sala de aula lhe foi tirada, o calor humano de seus alunos desapareceu e a insegurança de usar a câmera como interlocutora do diálogo com a sua plateia surgiu.

A carga de trabalho cresceu brutalmente com planos para serem revistos, aulas para serem gravadas e a necessidade de um domínio de ferramentas que até pouco tempo, muitos desconheciam. 

Nossos mestres estão exaustos. E mesmo assim devem estar sonhando com o momento de terem seus alunos perto de si novamente.

Nada mais justo que a recepção a estes profissionais seja digna de todo o esforço que tem feito.

Melhore o espaço da sala dos professores

Coloque um mobiliário confortável e que facilite a preparação de aulas e a pesquisa de conteúdo. Crie banheiros privativos (se puder), algo que já é obrigatório por lei, mas muitas escolas não sabem. Crie um espaço com água, café algumas frutas e um lanche rápido para o entre aulas.

Treinamento de atualização

O ensino à distância já é uma realidade, ajude a seu professor a se aprimorar aprendendo a lidar melhor com as ferramentas EAD e melhorar sua didática.

Crie um espaço de preparação de vídeos

Falamos um pouco mais sobre isto neste post, um estúdio de gravação pode melhorar muito os conteúdos oferecidos pelos professores. Avalie a possibilidade de produzir um espaço dedicado a isso

Ouça os mestres

Certamente na volta às aulas no pós pandemia os professores terão muitas ideias sobre como melhorar a experiência do aluno, sobre como a escola pode aprimorar a sua forma de ensinar e como este novo mundo irá impactar sobre as crianças e jovens

3.Acolha os pais

Não será nada fácil levar novamente nossos filhos para a escola. Abriremos mão da segurança da nossa casa pela escola tão cheia de gente, tão movimentada, tão grande…

Escute as dúvidas e ajude a controlar toda a ansiedade e o medo dos pais. A escola deverá representar um porto seguro na volta às aulas pós pandemia. 

Faça comunicados periódicos, informe como será o processo de retorno, indique quais providências estão sendo tomadas para que se evite aglomerações, quais serão os protocolos de higiene.

Comunique sobre alterações no calendário, sobre as formas de avaliação… É como se tudo estivesse começando do zero. O trabalho será intenso, mas de suma importância para aqueles que estão se sentindo sem chão agora.

A escola precisa “abraçar” estes pais e fornecer a ele todo o apoio e garantias de segurança de que precisam. 

4.Mostre a importância de seus alunos e a felicidade em tê-los de volta

Não há nada mais triste do que uma escola em silêncio. Neste período de quarentena visitamos alguns clientes cujo projeto está em andamento e dá um vazio enorme ver toda aquela estrutura sem qualquer sinal de vida.

É como um edifício abandonado sem o porquê de sua existência.

Crianças e jovens são a alma de qualquer instituição de ensino e é para eles que toda a atenção deverá estar voltada. Sim, falamos de todas as outras partes desta dança e salientamos a sua importância, mas sem alunos não há aprendizado e a escola perde a sua razão de ser.

E aqui fica uma pergunta: se você tivesse ficado mais de quarenta dias longe de seus amigos, sem as brincadeiras, afastado de seus professores, sem a hora do lanche, como você gostaria que fosse o seu primeiro dia na escola na volta às aulas pós pandemia?

Você gostaria de ficar quatro ou mais horas dentro de uma sala, já recebendo conteúdo, pois o ano letivo está corrido?

De ser soterrado de tarefas de casa para recuperar o tempo perdido?

Ou ficar num auditório ouvindo palestras de quais são as regras e com funcionará a escola nesta nova fase?

Digo por mim que não. Meu sonho seria poder ficar um tempão falando em roda com meus amigos sobre como foram estes dias, ou encontrar os professores mais queridos e dividir com eles quais foram as minhas angústias, ou ter alguém que simplesmente me desse apoio para enfrentar a perda de alguém querido neste período…

São tantas as possibilidades que me parece que o primeiro dia deveria ser uma grande comemoração de um recomeço, uma festa para marcar nova forma de ver o mundo, pra discutir como este tempo de quarentena nos ensinou (ou não) a ser seres humanos melhores.

Abra o coração e os ouvidos e ouça estas crianças e estes jovens, pois, certamente, deles virá uma visão inovadora do que será este mundo pós COVID, a sua fala terá muito mais conteúdo do que qualquer aula.

Transforme o primeiro dia de retorno dos seus alunos numa experiência incrível e inesquecível. Crie uma memória afetiva que sirva de cura para tempos tão estranhos.

Grandes crises sempre impulsionam grandes transformações e acreditamos que o retorno às aulas no pós pandemia não será igual à volta de um simples período de férias. Muitas relações terão que ser acomodadas, muitas incertezas vencidas e o acolhimento se fará palavra de ordem.

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Adorable school learners with containers eating sandwiches on windowsill

A escola pós pandemia – o novo refeitório da escola

O isolamento trouxe de volta à muitas casas o hábito de cozinhar, de fazer refeições em família, de se alimentar com uma comida caseira,  feita por quem amamos. Após esta quarentena comer fora poderá ser uma barreira enorme a ser vencida por muitas pessoas, inclusive na escola. Como você está preparando o refeitório da sua escola para esta nova realidade?

Muitas empresas já estão adaptando os seus refeitórios para quando os seus colaboradores voltarem, pois, sabem que muitos funcionários não vão se arriscar se alimentando em bares, restaurantes, cafés ou lanchonetes. Isso porque não conhecem a procedência do alimento e como ele foi produzido.

Podemos transportar esta nova realidade para as escolas. 

Muitos pais de alunos vão preferir que o filho leve o seu próprio lanche, ou refeição, de casa para a escola, garantindo, assim, a sua qualidade. 

 

Você já pensou que muitos de seus alunos se sentirão mais seguros levando marmita de casa para comer no refeitório da escola? 

As marmitas já tinham voltado “à moda” no mundo corporativo há algum tempo. Principalmente por conta das dificuldades econômicas enfrentadas nos últimos anos, e certamente esta é uma tendência que migrará para os ambientes de ensino.

Mas, a cantina e o refeitório da escola, como hoje se apresentam, poderão não atender mais a demanda mais exigente do público na pós pandemia.

Novas rotinas de higiene surgiram neste período de isolamento: higienizar os alimentos com maior atenção, lavar as mãos, manter afastamento, usar máscaras, não usar sapatos em casa. Claro que nem tudo isso será transportado para o ambiente escolar, mas certamente a hora da refeição dos alunos pedirá mais cuidados.

Ficamos pensando por aqui em soluções para que o refeitório da escola consiga ser adaptado a este novo cenário. Algumas ideias surgiram e decidimos compartilhar com vocês:

Reveja o espaço físico dedicado ao refeitório da escola

Refeitório da escola

Num outro post que fizemos sobre os espaços coletivos da escola no pós pandemia já demos algumas dicas de quais mudanças serão necessárias (você pode conferir aqui).

Em muitas visitas que fazemos a escolas, notamos que o refeitório é um espaço relativamente pequeno comparado ao número de alunos. 

Se antes as escolas já trabalhavam com rodízio de turmas na hora do lanche, isto acabará se intensificando na volta do isolamento, já espaçamento entre os alunos deverá ser maior.

A ventilação será outro ponto que exigirá cuidados: por conta de termos muitas pessoas juntas ao mesmo tempo, é imprescindível que a circulação de ar seja constante. 

Os materiais de acabamento, tanto dos móveis, quanto de pisos e paredes, deverá permitir a fácil e constante higienização. As rotinas de limpeza precisarão ser intensificadas e fiscalizadas internamente.

Criar, caso você ainda não tenha, um lavatório para higienização das mãos próximo ao refeitório também é uma medida bem-vinda, assim como a instalação de dispensers de álcool gel. 

Mas lembre-se que tudo isto pode ser feito de maneira divertida e criativa, a sua escola não deve virar uma enfermaria, o espírito de coletividade e alegria devem imperar.

Crie espaços para o uso das marmitas

Marmita para comer na escola

Como dissemos anteriormente, muitos alunos poderão optar por levar a sua própria refeição para a escola. E se você transformasse isso numa experiência especial e personalizada para eles?

Já fizemos projetos para refeitório de escola em que há uma área com geladeiras para que os alunos possam deixar alimentos perecíveis e que precisam de refrigeração até hora do consumo. 

Colocamos também uma bateria de aparelhos microondas em que eles possam esquentar seu alimento. Para finalizar, uma bancada com pia e produtos de limpeza, porque, deste modo, garantimos que todos possam limpar a bagunça feita durante a refeição.

Além de garantir um ambiente pensado exclusivamente para aqueles que preferem a comida feita em casa, a escola reforça a autonomia de seus estudantes e o espírito colaborativo entre eles.

Implantação de “snack machines”

As cantinas escolares, como as conhecemos, podem passar por um período inglório no retorno às aulas. Alimentos que não estejam embalados talvez não sejam bem recebidos pelos estudantes.

Uma alternativa à isso são as máquinas de autoatendimento que tem se tornado mais frequentes no nosso dia a dia. Eu mesma já me deparei com a possibilidade de comprar desde livros até  guarda-chuvas neste tipo de equipamento.

Para esta nova geração este hábito não é desconhecido, eles lidam muito bem com a independência e as opções de escolha oferecidos por estas máquinas.

E se os lanches e refeições oferecidos pela cantina da escola fossem colocados em “snacks machines”? Melhor ainda, com alternativas mais saudáveis e frescas. Certamente a percepção de cuidado com os seus alunos cresceria, e muito, pelos olhares de pais e responsáveis. Seria uma inovação que garante a segurança e a higiene dos alimentos, assim como a saúde de seus alunos. É claro que a escolha e a definição das opções a serem oferecidas na máquina deverá ser feita por um profissional habilitado. Entretanto, a maioria das escolas possui um nutricionista de confiança e ele certamente irá ajudar muito na resolução deste desafio.

Um problema sempre pode se transformar numa excelente oportunidade!

Estamos encarando a pandemia do COVID desta forma e é esta perspectiva que queremos trazer com estes posts.

Acreditamos que qualquer negócio pode fazer melhorias para seus clientes baseados nesta nova realidade. Temos visto muitas escolas paralisadas, sem saber ao certo que rumo tomar, é nossa missão ajudá-las a sair desta fase de dificuldades com inovação e criatividade.

O refeitório da escola é um ambiente de confraternização, de conversa e de intensa troca. É o lugar em que a descontração, as brincadeiras e a formação das amizades tem um papel central. 

Quando do retorno às aulas será isso que os seus alunos estarão procurando: o reencontro com aqueles cujo convívio ficou impedido, a retomada do que foi interrompido, a recuperação do tempo congelado em casa.

Proporcione a ele este reaver de relações da melhor forma possível e, se precisar auxílio, conte sempre com o Ateliê.

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A escola pós pandemia – uma marca forte atrai clientes.

Sempre que passamos por um período de incertezas, a busca por elementos que nos deem segurança e que façam com que nos sintamos acolhidos é latente. Funciona assim com os produtos que compramos no mercado, com os locais que frequentamos e, porque não, com os espaços de educação. Uma marca forte atrai e fideliza clientes. E por isso, perguntamos a vocês gestores: como as pessoas perceberão a marca da sua escola após a pandemia?

Quando eu era criança, lá nos anos 80, me lembro claramente de ir ao supermercado e ver minha mãe circular rapidamente entre as gôndolas e pegar, sem dúvidas, os produtos que lhe interessavam. O sabão Omo, a pasta de dentes Colgate…não havia hesitação, eram as marcas fortes entrando no carrinho.

Hoje, cada vez que vamos às compras nos deparamos com novos produtos, rótulos chamativos, promoções tentadoras, promessas milagrosas. As opções se multiplicaram, assim como o nosso nível de exigência também. As marcas sabem disso e, por isso, criam produtos novos e atrativos o tempo todo.

Você sente que isso também acontece no mercado de educação? 

Certamente você viu novos concorrentes aparecerem, com uma fachada chamativa, um preço competitivo e “inovações” que atraem os pais. Porém, o mundo pós COVID pede segurança, acolhimento e solidez..  Já falamos neste post sobre o assunto. 

Instituições de ensino com anos de mercado, reconhecidas pelo seu nome e que já foram testadas e aprovadas por pais e alunos sairão na frente neste momento de retorno a escola após a pandemia. 

“Não estamos abertos a coisas novas — passamos de uma mentalidade de ganho para uma mentalidade de manutenção, o que é importante para muitas marcas perceberem”, afirmou Simon Moore, CEO da Innovation Bubble, empresa especializada em ciência comportamental.

O momento pede que a sua escola foque no fortalecimento da sua marca. Agora você deve adiar aquele novo curso extra que estava na manga, a implantação do projeto bilíngue ou a inauguração da escolinha de esportes. O foco é, assim, melhorar a experiência do seu cliente. 

Assim que sairmos de casa novamente, estaremos à procura do “Omo” e da “Colgate” em todos os atos de consumo  que tivermos. E o que isso significa? Não estaremos dispostos, portanto, a arriscar. Escolheremos a seriedade à banalidade, a garantia à dúvida e a proteção ao perigo.

E como agir para que a percepção de marca seja a melhor possível para a sua escola após a pandemia? Elenquei aqui alguns tópicos que podem te ajudar nesta jornada:

Fachada

A fachada é o cartão de visitas da sua escola. As instituições costumam ficar por muitos anos no mesmo local, dentro do mesmo bairro e o público se “acostuma” com a fachada.

Dar destaque à sua fachada fará com que muitos a percebam de forma diferente, lembrem-se da sua marca e divulguem.

Quando falamos de fachada falamos, principalmente, sobre:

  • comunicação visual: o seu logo tem que estar visível e bem localizado, as entradas e saídas tem que estar identificadas. Cuide para que as peças que compõem a identificação da sua escola estejam bem conservadas, com cores vivas e iluminadas.
  • iluminação adequada: a sua escola precisa ser vista tanto de dia quanto de noite, muitas vezes os gestores se esquecem que a escola deve representar vida durante 24 horas do dia. Cuide para que a iluminação saliente e evidencie as cores da sua fachada.
  • cuidado com a calçada e acessos: a calçada da escola deve sempre estar impecável, com acessibilidade garantida a todos, item, o qual, é exigido por lei, sem obstáculos, com piso antiderrapante.

A fachada precisa mostrar ao mundo a força e a solidez da sua escola. Aqui no nosso blog temos alguns artigos exclusivos sobre fachadas com muito mais informações e dicas. Confira e inicie o planejamento da sua escola pós pandemia.

Atendimento

Os pais estarão estressados por conta do isolamento, e ansiosos por terem uma boa experiência ao serem atendidos.

A linguagem objetiva e segura de seus funcionários e a comunicação assertiva serão pontos a serem explorados. Informações precisam ser passadas com rapidez e exatidão, assim, se salienta toda a experiência de uma escola que está há anos no mercado já passou por diversas crises. 

É importante acolher e acalmar a comunidade escolar, receber bem e mostrar empatia por todos os medos e dúvidas que virão, será fundamental. 

Pensando nestas questões, é, portanto, indispensável que a recepção da sua escola esteja preparada. 

É provável que haja um volume grande de pessoas que vá em busca de informação nos primeiros dias de funcionamento das escolas. Assim o número de assentos disponíveis para espera e o conforto oferecido por eles devem ser avaliados. 

Além disso, quem aguarda terá algum tipo de cuidado especial? Um monitor ou TV com um vídeo explicando quais as providências que a escola tomou para garantir a segurança de sua comunidade já causa uma excelente primeira impressão.

O seu logo está visível neste espaço? Sim, é importante que a sua marca apareça na recepção. Assim você reforça a conexão do cliente com a sua instituição.

E as cores se comunicam com a imagem que você deseja passar? Tranquilidade, acolhimento, limpeza, segurança, qualidades que a recepção deverá transmitir a seus visitantes. Portanto, isto precisa ser analisado e revisto, se necessário.

E como está a iluminação, ela atende bem a todos e cumpre o seu papel de deixar o ambiente mais agradável? Entrar num ambiente escuro e sem vida nos gera um certo incômodo e, muitas vezes, nem entendemos o porquê. A iluminação faz toda a diferença em qualquer espaço.

Finalmente, garanta que seus funcionários estejam protegidos e ofereça segurança a seus clientes, máscaras e dispensers de álcool gel serão itens indispensáveis nas escolas pós pandemia, pelo menos por algum tempo.

Higiene

Os espaços pós-pandemia deverão se impecavelmente limpos e higienizados.

Passamos por uma quarentena extensa, confinados em casa na maior parte do tempo, em um ambiente controlado em que sabíamos que tudo estava sendo cuidado e limpo com a frequência necessária.

Mas como fica tudo isto quando sairmos de casa? Pior, e como ficam nossos filhos na escola quanto voltarem às aulas? Esta será uma pergunta feita por praticamente todos os pais, e como a sua escola irá responder?

Quando o assunto for higiene, o grande desafio das escolas será deixar seus espaços semelhantes à casa do aluno (e não a um hospital), isto se aplica a todas as faixas etárias. A humanidade não pode desaparecer e ambientes assépticos não são receptivos. 

Aqui a criatividade deverá entrar em cena com toda a força: máscaras divertidas que incentivem seu uso, dispensers de álcool gel com mensagens de motivação na sua aplicação, competições para manter o espaço limpo, criação de uma campanha interna de bons hábitos…

Finalmente, é importante que a equipe esteja treinada para mostrar como funcionarão as novas regras no retorno à escola no fim da pandemia. Isso deve acontecer de que forma que cada um colabore e incentive a participação de todos.

Lembre-se que cada uma dessas ações deverá estar atrelada à marca da escola. Portanto, todos estes movimentos podem, e devem, ser personalizados para o seu público. Se inspire, mas não copie.

Uma dica final que quero deixar aqui é: não se preocupe com a sua concorrência.

Inspire seus colaboradores, esteja na frente nas ações necessárias, faça com excelência o seu trabalho, assim, todos reconhecerão a resiliência e a força da sua marca.

Portrait of lovely girl looking at camera at lesson of drawing

A escola pós pandemia – o ambiente da escola na era do COVID

Toda esta insegurança no cenário mundial poderá acentuar medos e ansiedades da população com um todo. Não será confortável dividir espaços com outras pessoas fora do nosso círculo familiar após o isolamento social e quais serão as mudanças que este novo cenário trará ao ambiente da escola pós covid?

Passaremos por um período gradual de reinserção social, gradualmente voltaremos às nossas atividades do dia-a-dia…

Retomaremos contatos com amigos, parentes e colegas de trabalho, frequentaremos novamente academias e restaurantes, o comércio reabrirá, crianças e adolescentes voltarão para a escola após o covid. 

Contudo, a retomada da rotina acontecerá com muitas dúvidas e alguma hesitação. Novos hábitos foram inseridos no nosso cotidiano: higienizamos as mãos com maior frequência, tiramos os sapatos quando entramos em casa, intensificamos a limpeza e melhoramos a organização das nossas casas.

Na volta às aulas teremos pais e alunos muito mais exigentes com relação ao ambiente da escola após o covid passar. A preocupação será maior, estes pais estarão muito mais atentos e preocupados com a saúde de todos. 

Será que os pais pensarão duas vezes antes de deixar seu filho numa escola com salas mal ventiladas? E a sensação de segurança e higiene não pesará muito mais na hora da escola para suas crianças? 

Como escrevemos num texto anterior, que você pode ver aqui, as escolas que trabalham com o mínimo, poderão sofrer uma rejeição imensa: o espaço mínimo entre carteiras, as janelas com o tamanho mínimo exigido, as circulações de larguras mínimas… menos, neste caso, não é mais e poderá representar um sinal de alerta às escolas.

A escola é considerada pelos pais o local em que podem deixar com tranquilidade os seus filhos, onde eles estarão seguros e melhorando como seres humanos. A escola funciona como uma extensão do lar e, num cenário pós-pandemia, é esta a sensação que os pais desejam ter. 

Cria-se então o conceito de “escola saudável”: um local em que condutas de higiene e conforto deverão fazer parte da rotina naturalmente. 

Separamos aqui alguns exemplos práticos de como o espaço da escola pós covid precisará se adaptar a esta nova situação:

ventilação natural

A ventilação natural garante que o ar seja sempre renovado e diminui as chances de transmissão de vírus e bactérias. Entretanto, sabemos que em muitos casos é necessário que a climatização dos ambientes seja feita de forma artificial. Neste caso será necessário redobrar os cuidados com a limpeza e manutenção dos aparelhos.

Salas da educação infantil

No caso dos pequenos, alguns ambientes que normalmente são ocupados por muitas crianças ao mesmo tempo devem ter maior atenção. Um exemplo é a sala do soninho. Esses ambientes devem ter, obrigatoriamente, janelas e ventilação natural permanente, pisos de fácil limpeza (gostamos muito de pisos vinílicos) e, principalmente, espaço. A distância ideal entre as camas é de, no mínimo, 1metro. No caso de não ter espaço para isso, deve-se estudar rodízio das crianças no ambiente, e higienização total do espaço a cada turma. Roupas de cama e travesseiros não devem, em hipótese nenhuma, ser compartilhados, e as caminhas ou colchonetes, devem ser leves, porque assim facilita-se a limpeza e organização.

salas de aula  com menor número de alunos

Ambientes apertados, cheios de crianças e com muita proximidade entre as carteiras serão um problema. Portanto, escolas que têm salas de aula mais espaçosas, com menor número de alunos por sala terão uma vantagem enorme na percepção de segurança do pai com relação ao espaço físico. O redesenho dos espaços de forma que tenhamos uma distância segura entre alunos será necessário.

aglomeração de alunos

A aglomeração de alunos nos espaços de uso coletivo deverá ser repensada, principalmente durante os intervalos. A criação de mais pátios, menores e em diferentes locais pode ser uma estratégia a ser utilizada. É importante lembrar que quanto mais abertos estes espaços melhor será a sua qualidade.

Em complemento a isto, temos os novos hábitos que provavelmente serão incorporados à nossa rotina e na rotina da escola, após o covid.

 

álcool gel

O uso do álcool gel já se tornou um hábito entre nós e as escolas devem se preocupar com isso. Instalar pontos de limpeza e higienização espalhados por pontos estratégicos do ambiente escolar (como na entrada de salas de aula e áreas de atendimento ao público) com pias e  dispensers de álcool em gel será uma condição básica de higiene.

Novos hábitos

Alguns comportamentos e hábitos deverão ser revistos, como o uso de sapatos nos ambientes internos das escolas. Hoje esta é uma rotina bem comum em berçários, entretanto, ela desaparece quando falamos de alunos maiores. Algumas empresas já estão estudando a possibilidade de instalação de sapateiras e armários para seus colaboradores, e essa tendência irá se refletir nas escolas. Na verdade, esse já é um hábito comum nas escolas em países frios. Nessas instituições é comum que, logo na entrada, haja um grande vestíbulo, onde os alunos deixam seus casacos e botas de neve e troquem por um sapato ou pantufa, adequados para o uso dentro da escola. Esta é uma providência bem simples, mas certamente traz uma percepção de limpeza enorme.

Facilitar a limpeza

Facilitar a limpeza e higienização das salas de aula também será necessário. Para isso temos a sugestão de algumas medidas como criar espaços individualizados de armazenamento para os alunos fora da sala de aula e ter um almoxarifado central com materiais de uso coletivo, o que eliminaria armários e prateleiras dentro das salas. A escolha de revestimentos de pisos e paredes com materiais de fácil manutenção e, se possível, com proteção contra bactérias também é uma ótima iniciativa.

Automatizações

Finalmente com a pandemia vimos que dispositivos de toque coletivo como interruptores, maçanetas e torneiras podem ser vetores para transmissão de vírus e bactérias. Eliminar ou diminuir o contato com estes itens também pode estar nos planos das escolas, estas peças podem e devem ser substituídas por instrumentos com acionamento automático por presença.

Um plano para as escolas após o covid

Na Europa já está sendo anunciado um plano para a volta às aulas, com critérios de restrições que, de alguma forma, buscam manter parte do distanciamento social necessário. Turmas com no máximo 15 alunos, dividindo-se as turmas e intercalando o ensino presencial e o EAD. Essa pode ser uma forma de atender todas as necessidades dos alunos, com segurança.

É preciso entender que esta lista não tem como objetivo transformar a escola num local asséptico como uma clínica ou um hospital. Muito pelo contrário. O ideal é que a escola pós covid seja um ambiente seguro como o lar da criança.

Sabemos da importância e incentivamos toda a vivência e toda a humanidade que está presente no ambiente escolar. O que entendemos é que para que todos se sintam protegidos e saudáveis, modificações e adaptações deverão ser feitas.

Todos estaremos tateando o mundo exterior com muito cuidado e muito receio, portanto,  quanto mais preparado o ambiente escolar estiver, mais felizes e acolhidos os pais e alunos se sentirão. Isto só aumentará a confiança na escola e facilitará a retomada da rotina que tantos estão sentindo falta.

Para todas estas transformações você pode contar com a ajuda da nossa equipe, também estamos ansiosos por ver as escolas cheias de crianças e de vida novamente.

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A escola pós pandemia: educação à distância.

O coronavírus forçou a maioria das pessoas ao distanciamento social e à muitas horas dentro de casa.  E o que fazer com tanto tempo livre? Aprender! A educação à distância se consolidou neste período de pandemia.

A internet democratizou a aprendizagem e diminuiu a distância entre o professor ou o especialista e o aluno, ou aprendiz. Um simples celular nos dá acesso a inúmeros canais do YouTube, cursos on-line e lives com conteúdos diversos que podem nos ensinar sobre inúmeros assuntos.

Se para nós, adultos, o aprender pela internet abriu um novo mundo totalmente desconhecido  e cheio de possibilidades para os mais jovens esta perspectiva já existia e só foi intensificada.

Com o fechamento das escolas o ensino à distância veio como um tsunami na rotina, já inteiramente alterada, das instituições. Para que o ano letivo não fosse totalmente interrompido, gestores e professores tiveram que criar a toque de caixa seu próprio sistema de educação à distância (EAD). 

 

A educação à distância veio para ficar

A pandemia acelerou um processo que vinha engatinhando em algumas escolas, era inexistente em tantas outras e somente em poucas já estava estruturado: ensinar sem a presença física.

É possível que sejam necessárias várias quarentenas até a pandemia ser controlada por uma vacina, então a comunicação e o oferecimento de conteúdos online deve continuar e, como todo o processo de aprendizado, deverão ser aprimorados pelas escolas e professores. 

Com o tempo o estranhamento dos alunos e as reclamações dos pais serão minimizadas, mas para que isso aconteça a escola deverá preparar um conteúdo de excelência para seu público.

Temos acompanhado o dia-a-dia de nossos clientes se adaptando a esta nova forma de aprender, muitas vezes com bastante dificuldade, entretanto, as aulas online e a educação à distância, vieram para ficar e podem ser uma ótima oportunidade.

Apesar da dor e da insegurança as mudanças trazem, todo este universo on-line abre novas portas de comunicação com alunos, pais e professores. Vislumbramos uma circunstância positiva para aqueles que estiverem abertos ao novo, olha só o exemplo que separamos:

Comunicação

A comunicação com os pais e alunos pode ser muito mais fácil e eficaz através da gravação de vídeos. Já vimos muitas escolas mandando boletins para os pais durante a pandemia por meio de filmes. Os e-mails não foram banidos, mas os vídeos são muito mais humanos e aproximam a direção da comunidade escolar, com uma linguagem bem mais pessoal. 

Conteúdo online

E se a escola oferecesse conteúdos (gratuitos ou não) online para os pais? Cursos que ajudem na tarefa de auxiliar o estudo das crianças em casa, cursos sobre como gerir conflitos com adolescentes, cursos sobre como brincar com as crianças. Os pais também estão estressados e sem tempo, muitos se veem perdidos entre o trabalho, a casa e a tarefa de ajudar os filhos com os conteúdos on-line. 

Aulas-extra

Será que o aluno não poderia ter um conteúdo mais personalizado que complementasse as atividades dadas em sala de aula? Aulas-extras podem ser mais diversificadas (empreendedorismo, educação financeira e meio ambiente), ferramentas digitais possibilitam a interação em grupo e um conteúdo voltado à vida prática poderia ser dado através da educação à distância.

Aulas tira-dúvidas

Aulas tira-dúvidas e de reforço poderiam se valer das ferramentas digitais. Vídeos com respostas a partir de perguntas e dúvidas dos alunos, aulas em tempo real em que o exercício é resolvido ao vivo pelo professor, reuniões em pequenos grupos para discussão de alguma dúvida específica. Estas aulas geralmente no contra-turno e facilitaria muito a vida de muitos pais que não precisariam alterar sua rotina para levar ou buscar seus filhos

Treinamento para professores

 A pandemia reforçou a importância do professor e seu papel fundamental na educação, porém enquanto alguns professores já se adaptaram à linguagem digital   outros ainda buscam uma maneira de repassar o conteúdo pelos vídeos com a mesma qualidade do presencial. A escola precisará preparar seus profissionais e isto pode ser feito também pelo EAD, com a criação de conteúdo específico, baseado na metodologia da instituição formando professores engajados e totalmente familiarizado com as ferramentas digitais.

 

Produção de conteúdos feitos pelos alunos

Já que todos podem assistir aulas em vídeo, porque não proporcionar uma experiência de criação? Trabalhos, reportagens e seminários podem ser feitos pelos alunos utilizando o recurso audiovisual. Isso seria uma enorme revolução na produção acadêmica de seus estudantes.

Para que tudo isso aconteça mantenedores deverão repensar os espaços de suas escolas. 

Criar espaços adequados para a gravação de aulas e conteúdos online. Por exemplo, um pequeno estúdio personalizado, fará com que a experiência virtual do seu aluno seja muito melhor e mais valorizada pelos pais. Isto porque refletirá profissionalismo e dedicação, acabando com a impressão de amadorismo. Além disso, um estúdio adequado ajudará os professores a criarem conteúdos mais criativos e relevantes. 

Pequenos cenários não poderiam ser introduzidos em diversos ambientes da escola? Servem corredores, pátios, refeitório… Estes serão ótimo pano de fundo para a produção de vídeos. Além disso, podem ser ferramentas de marketing da sua instituição através da propagação dos mesmos pelas redes sociais.

A educação digital necessita de ambientes estruturados dentro da escola para esta possa desenvolver o melhor conteúdo possível para seus alunos, pais e professores. 

A adaptação dos espaços a este novo momento pós-pandemia vai demandar conhecimento e agilidade. As escolas que não se adaptarem rapidamente perderão o bonde da inovação e ficarão para trás.

Não deixe de ler nossos outros posts sobre como será a escola pós pandemia e prepare-se para o retorno às atividades.

sala maker

ESCOLA PÓS PANDEMIA: Salas maker

As habilidades adquiridas na quarentena serão trazidas para a vida e para a escola, a qual terá papel fundamental nesta retomada. As salas maker se tornam uma necessidade neste novo cenário onde os ambientes da escola devem ser repensados de forma a acolher e favorecer o trabalho em grupo, a reflexão e a mão na massa de forma segura e criativa. 

O Covid-19, nos trouxe a quarentena e com ela, entendemos que a cultura do “faça você mesmo” é muito mais do que uma tendência passageira ou uma moda com data de validade.

A cultura do faça você mesmo

Quem não se aventurou numa nova receita, ou aprendeu a costurar, ou iniciou os exercícios de ioga, ou se arriscou pelo artesanato, ou resolveu cortar o cabelo, ou se transformou em jardineiro nesta época de pandemia? Ok, você pode até não ter feito nada disso, mas certamente conhece alguém que fez. 

De repente entendemos que podemos aprender tudo o que quisermos, que temos habilidades que não conhecíamos e que fazer, testar, experimentar, refazer e chegar a um resultado é a melhor forma de aprendizado que podemos ter.

No nosso texto sobre como será a escola no pós coronavírus, que você pode ler clicando aqui, ressaltamos a importância a cultura do fazer para aprender.

E essa cultura “maker” certamente se tornará uma exigência de pais e alunos que buscam por soluções inovadoras dentro desta nova realidade e que privilegiem o protagonismo de quem aprende.

Durante a pandemia temos visto a atitude de pessoas que resolveram ajudar a sociedade com a fabricação de máscaras de proteção em acetato. Um exemplo são os integrantes do grupo “Makers contra a COVID 19” que foram destaque nesta matéria do site Porvir.

Estas iniciativas nos mostram a importância da criatividade, de ensinar as pessoas a pensar e a resolver problemas de forma coletiva. Algumas iniciativas nasceram espontaneamente entre os alunos de algumas instituições de ensino. Ou seja, estimular a autonomia certamente é uma atitude que rende ótimos frutos.

mas, na prática, o que as escolas precisam ter para este ambiente de criação e de solução de problemas?

Uma das respostas que enxergamos: é importantíssimo que os ambientes da escola estimulem e propiciem o trabalho em grupo, o questionamento e a mão na massa.

As salas maker deixam de ser uma ferramenta de marketing e se tornam uma necessidade neste mundo pós pandemia. E a arquitetura escolar pode ajudar muito na criação de ambientes que dialoguem de forma mais eficaz com este novo cenário.

Colocamos aqui alguns conceitos importantes para as salas maker que devem ser considerados pelas escolas:

1. Espaços generosos

É muito difícil criar e estimular a imaginação em espaços apertados que não permitam a livre movimentação de pessoas e a manipulação segura de ferramentas ou outros instrumentos de trabalho.

Nestes ambientes é fundamental pensar num bom distanciamento entre mesas e entre assentos. A circulação deve ser abundante até para que sejam evitados acidentes como trombadas entre pessoas e tropeços em móveis e outros equipamentos, lembre-se: nesta sala os alunos o que os alunos menos querem é ficar sentados.

2. Mobiliário adequado

Espaços de criação exigem móveis que cumpram diversas funções.

Há várias normas que regulamentam o desenho de móveis para salas de aula e nas salas maker isto não é diferente. Para mesas e assentos é importante pesquisar e comprar produtos que sigam estas normas à risca e que ofereçam o máximo de conforto aos estudantes. 

Além disso, a durabilidade é fundamental, os alunos irão cortar, colar, furar, montar e desmontar sobre estas superfícies e os materiais precisam ser bem resistentes.

Também é possível que mesas e assentos mudem de posição com alguma frequência, assim peças com rodízios facilitam bastante esta movimentação e fazem com os alunos tenham mais autonomia.

Por fim as áreas de armazenamento devem ser pensadas para a função que a sala irá cumprir, ou seja, salas de robótica são diferentes de salas para marcenaria ou para culinária. A sala maker até pode abarcar todas estas funções, entretanto para isto deve ter armários pensados para diferentes atividades, bancadas com dimensionamento correto e localização de equipamentos que facilitem seu uso.

3. Conforto

Salas maker precisam de iluminação e ventilação abundantes. É claro que luzes artificiais e aparelhos de ar condicionado auxiliam e resolvem muitos problemas em situações extremas, entretanto num mundo pós-pandemia a preocupação com a saúde em ambientes fechados será maior.

Sendo assim, é imprescindível priorizar e valorizar a luz e a ventilação natural nos ambientes. Em salas em que construímos coisas é importante termos uma iluminação abundante e uma situação térmica que nos deixe confortáveis e relaxados. Inclusive alguns equipamentos (como máquinas de corte a laser) exigem respiros e saídas de ar especiais que pedem um projeto adequado.

Na verdade, o conforto térmico e acústico é uma premissa para qualquer bom projeto de arquitetura, entretanto a escassez de espaços faz com que muitos mantenedores os deixem num segundo plano. 

Vale a pena repensar esses conceitos e entender que uma escola saudável ganhará muitos pontos com pais e alunos, além de ajudar na manutenção da saúde da sociedade como um todo.

4. Identidade

A sala maker deve estar embasada no projeto pedagógico desenvolvido pela escola e a arquitetura do espaço deve seguir isso. É importante que alunos e professores se identifiquem com aquele espaço e que ele seja único, com a “cara” da instituição.

Adotar a solução do concorrente só porque “deu certo” pode ser um tiro no pé. 

As cores, a comunicação visual, toda a estética do lugar deve transmitir o conceito que a escola adotou. Existem escolas que até criam um nome exclusivo para estes lugares, muitas vezes elaborado e escolhido pelos próprios alunos. 

A sala maker deve ser um espaço de descoberta, de discussão e troca. Baseado nisso cada instituição terá resultados e experiências diferentes com seus estudantes, assim a arquitetura também deve ser pessoal e especial.

5. Criatividade

Certamente os novos problemas que têm surgido não serão resolvidos com as soluções que hoje nos são dadas.

A descoberta de novas respostas parte da capacidade de imaginar e criar diferentes cenários e deles extrair o que há de melhor. E a educação dada hoje é a principal ferramenta para um futuro

A sala maker tem o papel de estimular crianças e jovens na criação de novas soluções, novos questionamentos e novas perspectivas de mundo. Portanto, para que isso seja possível a criatividade tem que estar presente de forma real no espaço.

Paredes podem se transformar em murais de ideias ou planos de escrita colaborativa e mesas podem funcionar como cadernos de anotações. Que tal um palco para apresentação dos resultados dos alunos e, porque não, de discussões rápidas em grupo?

Estas são apenas algumas ideias que podem transformar qualquer ambiente num espaço estimulador de novos pensamentos, criações e novas soluções.

Como sempre dizemos aqui qualquer inovação ou mudança feita dentro de uma escola deve estar no DNA de sua proposta pedagógica. Com as salas maker isto não é diferente. 

Um projeto de arquitetura incrível para estas salas, assim como os maravilhosos resultados que pode sair delas, só acontecerão se a escola souber o porquê de criar este espaço.

O COVID-19 nos mostrou o protagonismo do aprender fazendo e trazer isto para dentro da escola é, sim, uma urgência. Entretanto, uma sala maker não pode ser criada a partir de um fazer vazio de propósito. 

Se a criatividade, a colaboração e a imaginação estão na essência da sua escola, conte conosco para a construção de espaços que valorizem tudo isso.

 

Smiling little scholar with rucksack and notepads on background of schoolboys

Como serão as escolas após o coronavírus?

Já imaginou como as escolas serão após o coronavírus? Vivemos um momento em que as escolas estão “apagando incêndio” todos os dias, correndo para implantar o EAD, adequar o curriculum, formar professores para uma nova forma de ensinar, atender reclamações e questionamentos de pais e funcionários, rever orçamentos… Mas, é muito importante olhar para o futuro. O isolamento vai acabar.

A educação e as escolas em tempos de coronavírus

A pandemia do Coronavírus afetou de forma profunda as escolas e o sistema de educação em todo o planeta. Estima-se que 1,5 bilhão de alunos estão fora da escola neste momento. Pais, alunos e professores estão sendo obrigados a lidar com uma nova realidade, novos métodos de ensino, novos desafios.

Muito se fala que sairemos dessa experiência profundamente modificados. Se para melhor ou pior, não sabemos, entretanto, acredito que sairemos sim transformados. Algumas situações que estão agora sendo vivenciadas diariamente, se transformarão em novos hábitos. Segundo o psicólogo de consumo Paul Marsden, nosso cérebro leva em média 66 dias para adquirir um novo hábito e iniciá-lo de forma automática. Fato é que, aparentemente, teremos tempo suficiente para adquirir vários hábitos novos. 

Preocupação com higiene, distanciamento, contágio, serão questões recorrentes no nosso dia a dia a partir de agora. Saúde, qualidade de vida, imunidade terão muito mais importância do que tinham antes. Estamos desacelerando?

Na China, na primeira semana pós isolamento, marcas de luxo se aproveitaram do spending revenge dos consumidores e lucraram muito. A loja da Hermés faturou US$3,8 milhões em um dia após a reabertura do comércio. Aparentemente os clientes saíram dispostos a gastar tudo o que não puderam no período de isolamento. Estamos mesmo desacelerando?

Muitos futuristas chamam o coronavírus de acelerador do futuro, pois ele antecipou mudanças que seriam necessárias, mas que nossa sociedade estava empurrando para a frente. Trabalho remoto, sustentabilidade, mudanças nas escolas (com a educação à distância), responsabilidade social já fazem mais parte da nossa vida do que antes. 

As escolas após o coronavírus serão diferentes

Como seremos depois disso tudo não é simples responder, mas alguns comportamentos são possíveis de prever. Especialistas em tendências e análise de mercado já estão trabalhando no desenho desse consumidor pós covid. 

É claro que estas mudanças e instabilidades também vão impactar nas instituições de ensino. E, assim como outros mercados, é impossível ter certezas sobre serão as escolas após o cornavírus.

Entretanto tenho pesquisado este assunto e resolvi separar e colocar aqui algumas tendências que achei relevantes para que as escolas já possam se antecipar e pensar em como será o comportamento dos pais e os alunos da escola após o coronavírus.

1 – Faça você mesmo

O período de isolamento e restrições está estimulando as pessoas a aprenderem novas habilidades. Cozinhar, assar pães, costurar máscaras são formas de ocupar o tempo e suprir algumas necessidades que estão sendo dificultadas até mesmo pelo fechamento do comércio. 

Essas habilidades não desaparecerão com o fim do coronavírus, e estamos ficando mais independentes à medida que temos mais conhecimentos. 

E o que as escolas têm a aprender com isso? 

Este comportamento só reforça a cultura do “é fazendo que se aprende”. A “cultura maker” que tem sido tão falada dentro das escolas vai deixar de ser somente uma ferramenta de marketing e vai se tornar uma exigência.

Os pais e as crianças entenderam que o fazer, o errar, o pesquisar e o refazer é uma forma eficaz de aprendizado e o questionamento que surge é: por que a escola não oferece isso?

Nesta Se a sua escola ainda se embasa somente no método tradicional de ensino do aluno ouvinte e que não questiona, vale a pena repensar.

2 – Educação à distância

Essa sede de aprender coisas novas que muitos estão vivendo no isolamento nos trouxe o costume de estudar através da internet.

O YouTube, os cursos on-line e as inúmeras lives no Instagram já mostraram o quanto o aprendizado on-line se tornará cada vez mais comum. 

E se você é daqueles que ainda não se rendeu à educação digital e autônoma perceba que para as crianças isso já era uma realidade. Isto porque muito antes das iniciativas por parte das escolas devido ao coronavírus, a nova geração já via as ferramentas oferecidas pela internet como algo natural.

A pandemia acelerou a necessidade de que pais e professores entrassem também no mundo da educação a distância. Vejo com nossos clientes o quanto este processo, muitas vezes, tem sido difícil, mas agora assistir a um vídeo e aprender algo novo também faz parte da rotina da comunidade escolar como um todo. As aulas on-line oferecidas pelas escolas neste período de pandemia forçaram professores e alunos a se adaptarem a uma nova dinâmica. 

Para muitos a novidade ainda é bem dolorosa, para outros a assimilação é mais tranquila. Alguns alunos reclamam da falta de contato com os amigos, mas outros gostam, pois estão conseguindo se concentrar melhor. Alguns professores ainda buscam uma maneira de repassar o conteúdo pelos vídeos com a mesma qualidade do presencial, já outros se transformaram em verdadeiros “youtubers” da educação.

Pensando em tudo isso junto, abre-se a possibilidade muito rica da escola oferecer de forma on-line cursos extras mais acessíveis e aulas de reforço (que geralmente acontecem no contra-turno) ou o próprio conteúdo do currículo.  

Isso facilitaria muito a rotina dos pais e aproxima a escola da linguagem eletrônica que tanto atraem crianças e jovens.

3 – Reconfiguração dos espaços de uso público

A pandemia vai acentuar medos e ansiedades. O receio de locais com aglomeração devem permanecer, bem como a “paranoia” com limpeza e desinfecção, o receio da permanência em  locais mal ventilados. 

E como isso impacta o ambiente escolar? Será que os pais não terão receio de deixar seus filhos em locais que não passem a sensação de limpeza e segurança que hoje só vivemos dentro do nosso lar? Será que eles não ficarão mais atento ao cuidado e ao conforto que as escolas propiciam aos seus filhos?

“Quando as pessoas voltarem a frequentar espaços públicos, depois do fim das restrições, as empresas devem investir em estratégias para engajar os consumidores de modo profundo, criando locais que tragam a eles a sensação de estar em casa”, diz um relatório da WGSN, multinacional de pesquisas de tendências do mundo.

Dentro das escolas isso não será diferente, o coronavírus nos  mostra que é hora de pensar se o mínimo que muitos adotam como o ideal será o suficiente. O espaço mínimo entre carteiras, as janelas com o tamanho mínimo exigido, as circulações de larguras mínimas…

Você se sentirá feliz e seguro com o mínimo?

4 – Empresas e marcas reconhecidas terão vantagem

Nessa fase de tantas incertezas, um comportamento comum é o da busca pelo conhecido. Escolas que têm mais tempo no mercado, que são reconhecidas e já foram testadas e aprovadas pelos pais e alunos, terão muito mais chance de se fortalecer após o isolamento.

“Não estamos abertos a coisas novas — passamos de uma mentalidade de ganho para uma mentalidade de manutenção, o que é importante para muitas marcas perceberem”, afirmou Simon Moore, CEO da Innovation Bubble, empresa de ciência comportamental.

Não é hora de inventar novos produtos ou serviços, e sim de se concentrar em auxiliar os clientes que já estão estressados e ansiosos a terem uma boa experiência e atendimento.

E isso impacta diretamente na melhoria dos espaços da escola, desde a recepção até os sanitários, para se manter com uma boa reputação no mercado será necessário reforçar a qualidade anteriormente oferecida.

5 – A reinvenção da marmita

Após um longo período se alimentando em casa, provavelmente entrar em um restaurante será, para algumas pessoas, uma experiência desconfortável. Buffets por quilo então, nem se fala. 

As empresas já estão se esforçando para aumentar suas áreas de refeitório, pois entendem que seus funcionários se sentirão mais seguros levando marmita de casa do que se alimentando todos os dias em restaurantes. 

As escolas precisarão também pensar nessa realidade. E se fossem criados espaços com  com microondas e geladeiras para que seus alunos aqueçam seus próprios almoços? E as “snacks machines” com opções saudáveis onde tudo é absolutamente seguro e higienizado, não seriam outra opção a se considerar?

Neste novo mundo pós pandemia as cantinas tradicionais serão vistas da mesma forma? A sensação de higiene e limpeza incontestável certamente será exigida por pais e alunos, como se preparar para isso?

6 – Novas crenças e valores

Estudiosos afirmam que crises de saúde pública funcionam como verdadeiros divisores de água no comportamento das pessoas. Como em uma guerra, as comunidades se unem e trabalham juntas, e isso causa mudanças permanentes nas pessoas.

Algumas dessas mudanças já são visíveis nas redes sociais: grupos se organizando em movimentos para ajudar a população de rua, idosos em situação de vulnerabilidade e profissionais que atuam na linha de frente e não podem parar.

Lives que arrecadam fortunas quase todos os dias comprovam que engajamento é uma grande tendência e movimenta fãs fiéis, dispostos a colaborar financeiramente com as causas em que acreditam. 

Como seus alunos vão voltar para as escolas quando o coronavírus acabar?

Diante de tudo isso, no fim do isolamento, esses novos comportamentos trarão para a escola um novo aluno e um novo pai. Portanto, é necessário traçar estratégias que tornem a escola mais do que um ambiente de aprendizado, as instituições de ensino, mais do que nunca, se tornam o porto seguro de pais e alunos. Acolhimento será a palavra-chave nas escolas após o coronavírus.

A volta às aulas será diferente para cada escola. Como as instituições podem preparar suas escolas para o retorno dos seus alunos? E como os pais podem ter a certeza de que a escola está pronta para receber seus bens mais preciosos, os filhos? Nos sentiremos seguros em sair de casa e fazer com que nossos filhos saiam também?

Todas estas perguntas ainda não têm uma resposta correta. Somos seres humanos, por isso, reagimos de formas diferentes, temos sentimentos distintos e só o tempo irá nos ajudar na adaptação a esta fase pós pandêmica.

A única certeza que eu tenho é que qualquer desafio nos traz um leque de possibilidades e,  diante de tamanho revés que nos foi imposto, os mantenedores têm uma oportunidade única de transformar seu sistema de aprendizado, de mudar seus espaços, de trazer a sua instituição para uma nova realidade e reagir ao impacto do coronavírus, garantindo um retorno às escolas, impedindo a evasão e o cancelamento de matrículas.

E para conseguir isso as escolas deverão trabalhar em várias frentes. Uma dela será a reinvenção de seus espaços. Esta lição de casa deverá ser feita com o maior capricho do mundo, mesmo que com rasuras, afinal estamos todos imaginando e testando novas formas de viver com mais criatividade e mais segurança.